terça-feira, 14 de junho de 2016

Longe da vista, perto do coração



Ainda me sinto a menina de 14 anos, de blusa turquesa e calções castanhos. Ainda me sinto livre como o mar e quente como o sol. Ainda sou verão, apaixonada e louca quando olho fixamente os teus olhos azuis. 
A vida deu voltas e 3 primaveras passaram sem ter ter só para mim por um momento apenas. Já lá vai até o tempo em que te via ocasionalmente. Agora encontro-me contigo no meu pensamento e isso chega-me para saber que uma parte de mim será sempre tua mesmo que eu o negue.
Ainda quero mais um beijo teu, profundo como o primeiro e imagino as tuas mãos a percorrerem o meu corpo novamente. 

Sete anos depois desejo-te mais intensamente do que nunca.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Lembro-me dos dias em que acordava a sorrir.
Havia sempre qualquer coisa divertida para fazer, nem que fosse ir tagarelar para o Arco a tarde toda.

Tinha poucos amigos, as aulas eram uma seca e só pensava em fugir do conceito de "sociedade em que vivemos". Mas, por alguma razão, saía de casa com a alegria de quem saíu mais cedo do trabalho e andava pela rua com a confiança de quem tem 10 guarda costas atrás. Sempre a apreciar cada raio de sol, cada pássaro, cada som, como uma criança.
Recarregava as minhas "good vibes" todas as semanas lá nos meus bailaricos psicadélicos. Aprendi a abrir a minha mente, a elevar o meu espírito e tive experiências inesquecíveis que acabaram por me fazer conhecer o melhor de mim.
Estava em paz. Comigo, com os outros, com o mundo.

Entre esses dias e o agora não sei bem o que se passou. Acordei de repente e vi-me perdida no meu rumo certo.
Encontrei algo que gosto de fazer, tenho um abençoado anjo que me dá amor todos os dias e finalmente aceitei a tal coisa da "sociedade" na minha vida.
O agora tem tudo para dar certo, mas está tudo a dar errado.

terça-feira, 16 de junho de 2015

20 anos

Sempre ouvi dizer que é nas piores alturas que sabemos com quem podemos contar.
Bem eu nunca saberei, porque não tenho ninguém.
Os meus amigos ligam-me quando precisam de um favor, ou quando estão sozinhos.
A pessoa que achei que seria o meu companheiro, o meu apoio e o meu conforto já não tem tempo para mim.

Tenho 20 anos. Vinte anos de frustrações por não ter alcançado os meus objectivos. Vinte anos de mágoas. Vinte anos de solidão. É assim que me sinto.
Passei a vida toda a receber elogios daqui e dali. "Esta miúda vai ser uma pessoa bem sucedida!" "Ela é gira, ela canta, dança, tem bastante jeito para o desenho, é inteligente, prestável, e ainda é boa aluna".

Onde é que está essa pessoa? Há anos que não a vejo.
Hoje enfrento a realidade, de quem podia ser tudo mas que não é nada, mal amada por todos, em tempos invejada por muitos.
Sem admitir nem deixar que quem quer que seja se aperceba da minha tristeza, saio à rua confiante de nada e mostro-lhes o sorriso de uma jovem de 20 anos que é tudo o que quis ser.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Intro

Tenho um blog já há uns aninhos. Quatro, para ser mais precisa. Entretanto o pessoal foi descobrindo e estava a tornar-se complicado escrever livremente. Não que goste de publicar relatos da minha vida, muito menos fazer um diário online. Mas há sempre a tendência de imaginar "o que poderão pensar eles, que me conhecem, do que eu escrevo?" e sou uma pessoa bastante reservada no que toca às minhas emoções. Dar a parte fraca não combina de todo comigo, por isso preciso destes "escapes".